Saudade de escrever, deitar os dedos sobre as letras e suspirar-lhes prantos de ninar. Saudade das minhas mãos, suaves de finos dedos, seda agora rasgada. Saudade do futuro, antes ele era bonito. Saudade do feio, ele costumava me atrair.
Falta do sorriso, rir do nada enquanto o tudo caía. Falta de nome, chamo-me de coisa qualquer. Falta de casa, durmo na estrada e acordo em quarto desconhecido. Falta de ideia, não sei pensar por mim, só por eles.
Medo de cair, mesmo estando aqui no fundo. Medo de subir, ter que me mudar para caber em minha antiga pele. Medo de ser substituída porque o peito dela é maior. Medo de acordar e não ter travesseiro, apenas olhos. Medo de calçar as luvas e sair de casa sem o resto da roupa.
Receio de cantar e não sair. Receio do novo velho, o velho novo de sempre. Receio de poesiar para os pássaros e dormir nas cobras. Receio de tatear o interruptor no escuro e me ascender por dentro, enxergando o que fede nos cantos escondidos. Receio da cola para a minha máscara acabar. Receio de que eu acabe.
17 presentes para mim. 17 anos para os homens. 17 músicas para me afundar em ar puro e quieto. 17 amigos para contar em uma só mão. 17 pássaros para me acordar de manhã. 17 estradas para seguir e deixar. 17 rótulos para me provocar. 17 minutos para conseguir adormecer.
E adormeço na mesma cama, acordo no mesmo ar, respiro o mesmo amor e deito sobre as mesmas cobras.
Parabéns para mim.
Um comentário:
Adoreei que voltou a escrever =] do seu fã nº1 =**
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