sábado, 17 de outubro de 2015

O silencioso terror de estar vivo

Ar entra e sai, sobe e cai pulmão adentro. Eu caio em mim também, pouso plano e me alimento: das vontades minhas todas, de um tempo lá na frente, com você aqui. 
Você é calmante e cafeína, eu fico parada te olhando, adrenalina, como se acabasse de levar um soco na cara e a dor estranhamente se adiasse. 
Eu sinto medo o tempo todo. De você acordar e me ver feia, tola, metade. E de ir embora toda. Mas um lado meu sabe que é só precaução: há mais perigo no amor do que amor em si. 
Mas se você ficar aqui, eu vou te amar. 
E eu vou me dar e te mostrar a alma mais delicada e forte, mais estranha e familiar. 
O silencioso terror de estar vivo me acomete em falsos domingos à noite como esse. Eu me descubro novamente amedrontada diante do futuro que é você. 
É você?

Um comentário:

Cris . disse...

Leticia tudo bem?! reativei minha conta e nem acredito que encontrei quase todos ainda por aqui. Nossaaaa lembro muito de você! minha ultima postagem foi em 2012. vou aparecer aqui com mais frequência agora. beijos.