Tem coisas que as pessoas simplesmente não sabem. Eu guardo comigo para não parecer estranha mas hoje eu descobri uma coisa.
Todo mundo é estranho. É que uns ou outros escondem muito bem. Tem uma serra elétrica no meu coração e ela está ligada pelos meus pulsos. Talvez o mundo que habita meu espírito tenha curiosidade em saber o que se passa aqui, então eu contarei a parte contável do que me é.
Eu às vezes me pergunto quem não sou. Ficar ao meu lado é o mesmo que estar numa multidão. É que eu sou muita coisa, cada dia ajo de um jeito.
Uma vez, quando eu era criança, entrei sozinha numa loja de brinquedos. Eu achei as Barbies e fiquei olhando. Eu sempre fazia isso. Mas naquele dia eu não queria só olhar, eu queria levar uma. Eu olhava nos olhos daqueles cadáveres e via vidas satisfeitas. Biscates, elas eram tão magras.
Eu não tenho (nunca tive) meu próprio dinheiro e, meus pais, para variar, também estavam fora de condições de me dar alguma coisa, já que não era nenhuma data especial. Eu também nunca pediria. Eu chorei na loja e ninguém viu. Eu limpei meu rosto e ninguém notou.
Outra coisa que me lembro é que eu chorava à noite na cama, mas eu chorava alto, para minha mãe ouvir e vir me consolar. Hoje meu pranto é calmo e quieto, porque não haverá consolo para o meu tipo de dor.
Eu sempre tive vontade de receber atenção, sempre quis que as pessoas quisessem me ouvir falar, que se importassem com o que eu tenho a dizer. Depois de conhecer pessoas como eu, vi como estava sendo ridícula. Eu falava alto, e quando vi uma menina falar no mesmo tom que eu, me perguntei se era tosco daquele jeito. Hoje em dia eu sou retraída, não sei se pela sociedade ou por minha essência. De qualquer modo, não existe essência pura, a gente sempre cresce mudado pelo que o Cicrano acha da nossa vida. De tempo em tempo eu volto a falar escrachado.
Eu também não costumo ser satisfeita. Não é maldade, eu me ergui assim. Tem dias que eu acordo e sorrio na cama por sentir o ar entrar no meu corpo. Tem dias que e tomo café xingando a vida e como ela podia ter sido mais mãe comigo.
E mãe não é outra coisa louca? Hoje mesmo minha mãe entrou no quarto enquanto eu dormia só para me dar um beijo. Hoje à noite mesmo nós brigamos feio e ela quase me deu um tapa na boca porque eu respondi mais alto. Hoje mesmo aposto que nós conversaremos sobre Deus, como costumamos fazer antes de dormir, e iremos dormir em Paz.
Não posso dizer que tenho traumas, mas não permito que ninguém diga que meus problemas são pequenos. Eles são tão grandes quanto o mundo que eu conheço, mas eu tenho alguém com quem dividir o peso, por isso não fadigo.
É por tudo o que sinto que sou como sou. Tudo o que se passou pelos meus olhos tem a ver com o meu comportamento. Ninguém chora sem motivo. Menos eu, eu choro às vezes porque é bom limpar o olho.
Se eu não fosse tão depressiva, você nunca me veria feliz. Eu passo metade do dia rindo muito forte, é fácil me fazer corar, basta fazer uma piada sem graça. Eu dou risada com meus amigos, com os livros, com o padre e com os gatos. Se você me vir andando por aí, na calçada, eu vou estar com uma cara de banana, com medo de ser assaltada. Se você me vir com meus amigos, eu vou estar falando alguma coisa com um alto potencial de fazê-los rir ou ao menos prestar atenção. Se você me vir no meu quarto pouco antes de me deitar, eu vou, provavelmente, estar fazendo alguma coisa que expresse quem eu não mostro durante o dia.
Como agora, que estou escrevendo sobre coisas minhas que as pessoas provavelmente não sabem exatamente. Eu sei que não me posso fazer mal, porque eu me sinto extremamente bem quase todos os dias.
Tem um menino lindo que está comigo. Eu gosto dele, do pacote completo, com a timidez, a nóia com a pele e os pêlos. Você é lindo, bebê, e eu te amo. Espero que ainda leia aqui.
Tem uma menina boa que vive em mim. Às vezes ela é insuportável, isso é muito verdade. Mas tem uma coisa nela que você não pode negar: ela é sincera.
Eu talvez finja ser o que não sou, mas é por vontade de ser algo que admiro. Quando vejo uma garota bonita se comportar, eu tendo a agir como ela, para um dia alguém me ver e pensar "Nossa, como ela é encantadora, eu gostaria de ser como ela". Quando eu tenho vontade de ser alguma coisa, eu não penso muito antes de começar.
Eu vi como pessoas quietas são mais sensatas do que as que falam demais. Eu passei a ter aflição de pessoas que falam demais. Tem horas que eu falo sem parar, porque meu coração está apertado e eu não importo que não haja ninguém lendo ou ouvindo, eu quero só que o ar alivie esse peso. Ok, concordo, eu me importo se ninguém souber da minha dor.
Eu vi como as pessoas olham para quem amam. Eu quis olhar daquele jeito por tanto tempo e, um dia, um amigo me falou: "Seu olho brilha quando você fala desse menino." Eu me senti realizada, porque "esse menino" era tudo no que eu penso, e eu estava olhando daquele jeito.
Ainda tem muita coisa que as pessoas não sabem. Mas contar tudo iria, além de me expôr, tirar meu mistério, que, vá lá, não é assim tanto. Me entender é difícil, mas me ver é fácil. Ver através de mim também é fácil, ainda mais com esse escafandro. Irônico.
Texto literariamente pobre mas muito verdadeiro, minha gente. Um beijo, durmam bem nas suas caminhas quando der a hora de se deitar. Desculpa pelos errus des digyitasção.
Todo mundo é estranho. É que uns ou outros escondem muito bem. Tem uma serra elétrica no meu coração e ela está ligada pelos meus pulsos. Talvez o mundo que habita meu espírito tenha curiosidade em saber o que se passa aqui, então eu contarei a parte contável do que me é.
Eu às vezes me pergunto quem não sou. Ficar ao meu lado é o mesmo que estar numa multidão. É que eu sou muita coisa, cada dia ajo de um jeito.
Uma vez, quando eu era criança, entrei sozinha numa loja de brinquedos. Eu achei as Barbies e fiquei olhando. Eu sempre fazia isso. Mas naquele dia eu não queria só olhar, eu queria levar uma. Eu olhava nos olhos daqueles cadáveres e via vidas satisfeitas. Biscates, elas eram tão magras.
Eu não tenho (nunca tive) meu próprio dinheiro e, meus pais, para variar, também estavam fora de condições de me dar alguma coisa, já que não era nenhuma data especial. Eu também nunca pediria. Eu chorei na loja e ninguém viu. Eu limpei meu rosto e ninguém notou.
Outra coisa que me lembro é que eu chorava à noite na cama, mas eu chorava alto, para minha mãe ouvir e vir me consolar. Hoje meu pranto é calmo e quieto, porque não haverá consolo para o meu tipo de dor.
Eu sempre tive vontade de receber atenção, sempre quis que as pessoas quisessem me ouvir falar, que se importassem com o que eu tenho a dizer. Depois de conhecer pessoas como eu, vi como estava sendo ridícula. Eu falava alto, e quando vi uma menina falar no mesmo tom que eu, me perguntei se era tosco daquele jeito. Hoje em dia eu sou retraída, não sei se pela sociedade ou por minha essência. De qualquer modo, não existe essência pura, a gente sempre cresce mudado pelo que o Cicrano acha da nossa vida. De tempo em tempo eu volto a falar escrachado.
Eu também não costumo ser satisfeita. Não é maldade, eu me ergui assim. Tem dias que eu acordo e sorrio na cama por sentir o ar entrar no meu corpo. Tem dias que e tomo café xingando a vida e como ela podia ter sido mais mãe comigo.
E mãe não é outra coisa louca? Hoje mesmo minha mãe entrou no quarto enquanto eu dormia só para me dar um beijo. Hoje à noite mesmo nós brigamos feio e ela quase me deu um tapa na boca porque eu respondi mais alto. Hoje mesmo aposto que nós conversaremos sobre Deus, como costumamos fazer antes de dormir, e iremos dormir em Paz.
Não posso dizer que tenho traumas, mas não permito que ninguém diga que meus problemas são pequenos. Eles são tão grandes quanto o mundo que eu conheço, mas eu tenho alguém com quem dividir o peso, por isso não fadigo.
É por tudo o que sinto que sou como sou. Tudo o que se passou pelos meus olhos tem a ver com o meu comportamento. Ninguém chora sem motivo. Menos eu, eu choro às vezes porque é bom limpar o olho.
Se eu não fosse tão depressiva, você nunca me veria feliz. Eu passo metade do dia rindo muito forte, é fácil me fazer corar, basta fazer uma piada sem graça. Eu dou risada com meus amigos, com os livros, com o padre e com os gatos. Se você me vir andando por aí, na calçada, eu vou estar com uma cara de banana, com medo de ser assaltada. Se você me vir com meus amigos, eu vou estar falando alguma coisa com um alto potencial de fazê-los rir ou ao menos prestar atenção. Se você me vir no meu quarto pouco antes de me deitar, eu vou, provavelmente, estar fazendo alguma coisa que expresse quem eu não mostro durante o dia.
Como agora, que estou escrevendo sobre coisas minhas que as pessoas provavelmente não sabem exatamente. Eu sei que não me posso fazer mal, porque eu me sinto extremamente bem quase todos os dias.
Tem um menino lindo que está comigo. Eu gosto dele, do pacote completo, com a timidez, a nóia com a pele e os pêlos. Você é lindo, bebê, e eu te amo. Espero que ainda leia aqui.
Tem uma menina boa que vive em mim. Às vezes ela é insuportável, isso é muito verdade. Mas tem uma coisa nela que você não pode negar: ela é sincera.
Eu talvez finja ser o que não sou, mas é por vontade de ser algo que admiro. Quando vejo uma garota bonita se comportar, eu tendo a agir como ela, para um dia alguém me ver e pensar "Nossa, como ela é encantadora, eu gostaria de ser como ela". Quando eu tenho vontade de ser alguma coisa, eu não penso muito antes de começar.
Eu vi como pessoas quietas são mais sensatas do que as que falam demais. Eu passei a ter aflição de pessoas que falam demais. Tem horas que eu falo sem parar, porque meu coração está apertado e eu não importo que não haja ninguém lendo ou ouvindo, eu quero só que o ar alivie esse peso. Ok, concordo, eu me importo se ninguém souber da minha dor.
Eu vi como as pessoas olham para quem amam. Eu quis olhar daquele jeito por tanto tempo e, um dia, um amigo me falou: "Seu olho brilha quando você fala desse menino." Eu me senti realizada, porque "esse menino" era tudo no que eu penso, e eu estava olhando daquele jeito.
Ainda tem muita coisa que as pessoas não sabem. Mas contar tudo iria, além de me expôr, tirar meu mistério, que, vá lá, não é assim tanto. Me entender é difícil, mas me ver é fácil. Ver através de mim também é fácil, ainda mais com esse escafandro. Irônico.
Texto literariamente pobre mas muito verdadeiro, minha gente. Um beijo, durmam bem nas suas caminhas quando der a hora de se deitar. Desculpa pelos errus des digyitasção.
http://picold.tumblr.com/

2 comentários:
Finaalmente vc voltou a postar ;] ... Beijo, Joy =*
Leh, e bom saber de uma personalidade assim. E eu continuo adorando aqi. :)
Postar um comentário