quinta-feira, 30 de julho de 2015

Em memória de quando eu não sabia que merecia melhor

Aos 20 anos, eu não posso crescer um novo coração.
Nem sair rumo ao passado procurando as partes desse que eu gostaria que tivessem permanecido.
Eu apenas posso olhar para frente.

A frente. Onde eu envelheço e me respeito, envelheço e me conheço, envelheço e envelheço. Onde meus dedos criam rugas e minhas roupas perdem a cor. Onde meus pais morrem e eu me percebo novamente frágil. 

Depois dos anos de maltrato, de apatia pela inquilina que me ocupa, um segundo mundo cresce, todo admirável e novo. Vou aprendendo dos livros, onde os seres são mais verdadeiros e mais sãos. Lendo página por página, apesar da pressa toda, e inevitavelmente chegando: lá. Com dias bons. Seja lá o que "bom" queira dizer.

Eu apenas posso olhar para frente.

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