Um cigarro no parapeito do meu quarto. Nua. Tudo estranho e familiar.
Sou dada às intoxicações, mau inevitável...
Pensamos mesmo diferente. Eu jamais me renderia a uma vida sossegada.
Mas me apeguei a essas cartas, logo a apodrecerem no seu chão. Tem de ser assim. Tem de ser assim?
Acordo revirada e esfaqueada, você poderia ter sido só um sonho; um sonho de um ano, mais veloz que um segundo. Um sonho amargo e bruxento. Um sonho.
Acordo e lembro da marionete que sou. A culpa me empurra para onde lhe é conveniente, preferencialmente o mais longe possível de mim.
De repente e aos poucos desapareço.
Gradualmente,
E então de repente.
O que sou? E o que fez de mim?
Acordo muda e paralisada. Parece hospital mas é só o quarto de sempre. É a mesma porra de quarto. A mesma porra de eu. Tudo igual. E incomodamente do avesso.
A natureza interna escolhe trajetos que me constrangem.
Que me sufocam
Que me engessam
Que me obstruem
E me renovam.
Acordo,
Infelizmente,
E para minha sorte,
Acordo.
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