sábado, 20 de agosto de 2016

Fábrica de erros

I'm going away for a while 
But I'll be back
Don't try and follow me
I'll return as soon as possible
See, I'm trying to find my place 
But it might not be here where I feel safe 
We all learn to make mistakes 
And run from them 
With no direction



Isso é ser uma pessoa.
Isso é ser uma pessoa?
Uns rasgos, retalho, sangue, veneno, vício. Misturo tudo e tomo de café da manhã. Rasga na garganta feito o golpe da noite passada. Eu preciso me matar um pouco mais, quando eu sair dessa vai ser pra todo mundo ver: como é louca. Pelo menos será o louco que eu escolhi, não vocês.
Sento no sofá, uma luz retangular me derrete das 11 às 11, ignorando os finais de semana. Sou escrava de qualquer coisa que me faça entender o mundo, sigo essa luz como a formiga segue um bolo. Mas quando quase lá, desce um dedo em cima de mim, amassa o coração, finca meus pés no mármore. Por mais que eu grite, quem irá ouvir? Então dou permissão a mim mesma para sumir em silêncio.
Mas não escapo da zombaria: achou mesmo que ia ser doce assim?
Eu tento parar de dizer, para pensar em agir, para te mostrar que nós somos iguais. Mas minha comunicação se faz de tola e um vento começa a incomodar. Eu nunca tenho a mínima ideia do que está acontecendo, quando percebo está tudo voando, quebrando, sendo levado embora. Resto eu, o mármore e os seus olhinhos lendo.
Durmamos em trança,
E acordemos melhores.

Um comentário:

Vitor Costa disse...

Seu desabafo em tom lírico desconcertante é certamente uma das melhores coisas que li recentemente.

Beijos