Eu acho que ainda sou uma pessoa. Mas eu poderia estar errada.
Eu acho que sou feita de finais de semana e de hambúrguer com cebola caramelizada. Essa quinquilharia digital e os meus erros infantis levantam o monumento que sou, esculpido em carne por algum artista mal qualificado. Foi o que eu pude pagar.
Já dos interiores...
Vou me desfazendo, fibra por fibra que cede ao puxões. Desapareço silenciosamente, com medo de fazer barulho e te acordar. Vou dizendo tchau para todos os sentados durante essa reunião de última hora, com medo de atrapalhar. Desculpa eu estar sumindo, prometo que estou encontrando a melhor saída possível.
Balbucio uma reza em suspiros de castigo e dúvida, limpo a culpa escorrendo da boca, compro mais um vidro e continuo andando, procurando outro hospedeiro.
Eu poderia estar errada, e pensar em você não ajuda em nada.
Mas eu acho que ainda sou uma pessoa.
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